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Cadeira 33 - Neide Barth Rosenscheg
Nasci em Porto União, SC, numa família de cinco irmãos, no interior do distrito de Santa Cruz do Timbó, onde trabalhavam com cultivo de alimentos, frutas, leite, mel e peixes. Cresci brincando com os bichinhos, incluindo cavalos, gatos, galinhas e tive um jacú de estimação. Pode crer que eles me ensinaram muito, inclusive sobre amor! Nossa vida era muito simples e nada era perfeito, mas trago lembranças boas desse tempo. Sempre me interessei por lápis e papel e insisti muito para aprender um pouco, antes de entrar para a escola. Me encantei pelos livros com o único que tinha lá em casa. Era de uma de minhas irmãs e se intitulava “Janaína, a sereia do mar”. Era ilustrado e Janaína tinha uma linda cauda arroxeada. Eu nem sabia o que era o mar, sequer o que seria uma sereia, mas as imagens e palavras me fascinaram.
Minha imaginação se aguçou desde cedo porque eu criava meus brinquedos como bonecas de pano com cabelos de fitinhas de presente, outras feitas de espigas de milho verde, mato e as casinhas entre arbustos e troncos de árvores mortas, como se fossem castelo. Havia uma árvore que floria flores lilases que fingíamos ser um balão e voava pelo céu, enfrentando bandidos e bruxas malvadas. Creio que muito do que me tornei vem desse rico tempo de fantasias e brincadeiras.
Estudei todo o fundamental na escola local, Escola Básica Professor Clementino Britto, na época. Foi por volta dos 10 ou 11 anos que escrevi meu primeiro livro e depois mais dois. Eram ilustrados por mim e com um deles ganhei medalha e premiação no município e região. Como eu queria estudar mais, convenci meus pais a ir para a cidade fazer magistério. Mas não durou muito tempo porque não consegui ficar longe da minha família. Ao desistir do magistério aos 15 anos, voltando para casa, já na vila de Santa Cruz, me convidaram para iniciar o segundo grau como extensão do Colégio Estadual Cid Gonzaga que, se tivesse alunos o suficiente, abriria o curso em Santa Cruz do Timbó. Então, mesmo sem saber direito o que estudaria, topei na hora, afinal, eu queria aprender! O curso era técnico em contabilidade. Continuei escrevendo meus romances em cadernos e minhas colegas e amigas liam e me incentivavam a continuar escrevendo. Eu fazia contas na escola e escrevia nas horas vagas, entre o trabalho na loja do meu irmão e o estudo de noite. Fui uma das formandas da primeira turma de segundo grau! Recebi honras de primeiro lugar da turma e segundo do Colégio Cid Gonzaga.
Naquele tempo as provas de vestibular eram realizadas todas as noites, durante cinco dias. Ingressei no curso de Ciências, mas não concluí. Morava em Santa Cruz e não tínhamos ônibus ou alguma ajuda do município como hoje. Trabalhava de dia e estudava de noite e ficou muito pesado para pagar o carro particular que levava alguns rapazes e eu para a faculdade. Vi meu sonho se perder novamente, mas nunca esqueci de alimentá-lo.
Casei com meu único namorado e fui morar no interior, mas próximo da cidade de Porto União. Nessa época escrevi o A cor das Almas, enquanto minha filha pequena dormia. Foi o primeiro livro que escrevi no computador. Meu pai ficava esperando o domingo chegar para eu levar as partes que tinha escrito durante a semana para que minha mãe lesse em voz alta para ambos aproveitarem a história juntos, meu pai não era muito de ler. Sempre me pedia para eu mostrar para alguém que entendesse de escrever, porque ele gostava muito das histórias. Então procurei um professor da faculdade que me prometeu ler. Meu pai nunca chegou a saber se ele tinha gostado ou não, pois faleceu nesse período. Depois disso, parei de escrever romances por um tempo, escrevia somente poesia. Nesse tempo fiz vestibular para psicologia, fui aprovada, mas decidi não cursar porque meu segundo filho era pequeno e não tive com quem deixa-lo.
Procurei a professora Fahena, que não me conhecia mas, que prontamente, leu alguns daqueles amontoados de cadernos que eu acumulava e me ensinou sobre estilo. Então reescrevi o “Vidas de vidro” e o “A cor das almas”. Depois surgiu o curso de Arquitetura e Urbanismo na UNIUV e fui aprovada depois de dezesseis anos sem estudar. Cursei meio ano à noite, pegando ônibus e carona com uma vizinha, mas desisti por motivos pessoais. Depois de tantas tentativas frustradas em fazer faculdade, ingressei no curso semipresencial de letras na UNC. Depois de formada cursei especialização em Literatura Brasileira.
Consegui aprovação no programa do Estado de Santa Catarina, Cem cópias, sem custos e publiquei o Vidas de vidro gratuitamente cem cópias. Mais tarde procurei uma editora e publiquei particularmente o A cor das almas e fui para a Bienal do livro no Rio de Janeiro em 2017. Mais tarde publiquei o livro de poesias e crônicas Coração...simples...Mente. Existe ainda um bom montante de escritos nas minhas gavetas, quem sabe um dia saiam de lá!
Em 2018 encontrei a Psicanálise e me encantei. Estudei por dois anos em uma instituição chamada ABRAFP que me deu embasamento teórico o suficiente para compreender que eu queria saber mais, ir mais fundo nesse desvendamento. Assim, iniciei de fato, minha formação continuada em Psicanálise, incluindo análise pessoal que faço até hoje e é um dos fundamentos para a escuta do inconsciente humano, além de seminários semanais com grupos de psicanalistas e muita leitura! Gostaria realmente de saber o tamanho da minha biblioteca interior!
Tenho um casal de filhos que estão na faculdade, ela saindo e ele acabou de entrar! São minha maior produção de arte! Além deles também pinto telas!
Faço parte da SBDP-ID (Sociedade Brasileira de Daseinspsicanálise e Instituto de Daseinspsicanálise) como sócia fundadora e fazemos parte, como grupo de estudos, da IFPS (International Federation of Psychoanalytic Societies), instituição que regulamenta a psicanálise no mundo.
Hoje minha escrita é voltada para temas que abordam mais profundamente as emoções humanas, bem como levem ao despertar de si mesmo. Escrevo uma coluna na revista mensal da Cooperalfa, voltada ao público que conheço tão bem e, desde sempre, que são os agricultores, pois também tiramos nosso sustento da terra. Escrevo na intenet, no Facebook e no Instagram para trazer um pouco da importância do sentir em nossas vidas. Faço projetos de pesquisas em diferentes temas dentro da psicanálise e volto meu trabalho psicanalítico para o atendimento individual em consultório, grupos terapêuticos de mulheres e apresentações em diferentes espaços sociais.
Corpo, mente, emoções e alma são um só ser, mesmo que não nos apercebamos disso, na maioria das vezes! A literatura, a arte em geral é um meio de conectarmos todas as partes do ser!
1° Ocupante: Luiz Alberto de Araújo
Patrono: Amazília Pinto de Araújo (1885 – 1938)
Nasceu em Antonina, Paraná, em 1885, onde iniciou seus estudos. Em 1904, com 19 anos de idade, foi nomeada professora em União da Vitória, tendo sido a primeira Professora Normalista da cidade. Em 1913, lecionou no Grupo Escolar Professor Serapião. Em 1920, foi designada interinamente para dirigir esse educandário. Inúmeras pessoas de destaque foram seus alunos: Doutores Iraci Viana, Manoel Dória Pinheiro Guimarães, Meylor Vasconcelos de Andrade, Nelson Malheiros de Araújo, Algacyr Guimarães, Ítalo Conti, Arildo José de Albuquerque, Coronéis Clodomiro Nogueira e Adélio Conti.
É uma das fundadoras da “Associação de Proteção à Maternidade e à Infância”, de União da Vitória, na qual trabalhou intensamente. Em União da Vitória ela é lembrada com seu nome dado à “Rua Professora Amazília”, uma das principais vias da cidade e a “Escola Normal Professora Amazília”. Faleceu em 28 de dezembro de 1938.
Fundadora: Lili Matzenbacher
Filha de Lina e Alfredo Matzenbacher. Nasceu em Porto União, Santa Catarina, no dia 1º de setembro de 1936. É formada em História, pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória, onde foi professora. Possui Especialização em Psicodrama Pedagógico.
Elaborou e publicou um trabalho sobre os arquivos da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, de União da Vitória, sob título “Um pouco da História”. Trabalho também publicado pelo Boletim da Universidade Federal do Paraná, sob título “Arquivos Paranaenses”. Em 1985 elaborou a monografia sobre Psicodrama Pedagógico, sob título “Um Convite ao Encontro”.
MATZENBACHER, Lili. Monumentos e Marcos Históricos de União da Vitória. União da Vitória: Uniporto, Coleção Vale do Iguaçu n. 49, 1985.
MATZENBACHER, Lili. Arquivo da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de União da Vitória. Campinas, 1971.
MATZENBACHER, Lili. Neli de Oliveira Sicuro. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 3, 2010.
1º Ocupante: Luiz Alberto de Araújo
Nasceu em União da Vitória em 13/novembro/1938; filho de Darcy Pinto Araújo, comerciante e de Nair Costa Araújo, Professora normalista. É casado com Dyrce Novacki, artista plástica.
Frequentou o Jardim da Infância do Colégio Santos Anjos, do Externato Santa Terezinha e do Grupo Escolar Professor Serapião.
Iniciou o à época chamado Curso Primário no Grupo Escolar Generoso Marques, em Cambará PR e concluiu as duas últimas séries no Grupo Escolar Balduíno Cardoso.
O Ginásio foi cursado no São José e o Ensino Médio no Internato Paranaense (marista), no Colégio Estadual do Paraná, ambos em Curitiba e no Túlio de França.
Estudou Ciências Econômicas durante cinco anos na hoje UNIUV, mas não concluiu a graduação.
Aos 18 anos, em 1957, ingressou no Banco do Brasil, na antiga Agência de União da Vitória situada à época defronte ao Cine Luz. Na sequência, trabalhou em Curitiba e em quatro outras cidades do Paraná, nesses casos em cargos de Chefia ou Gerência. Em 1980, assumiu a administração da Filial do Banco em Toledo PR.
Afora as suas atividades bancárias, foi, em Toledo, Presidente da Ação Social São Vicente de Paulo, entidade que atendia mais de 300 menores carentes e participou também da Diretoria da Associação Comercial e Industrial e do Conselho Municipal de Cultura. Eleito Prefeito do Município, exerceu o cargo no período de 1989 / 1992. Em 1988, Toledo – segundo a revista Dirigente Municipal – era o 124º (centésimo vigésimo quarto) Município mais desenvolvido do Brasil. Ao final de seu mandato – em 1992, alcançou a 20.ª (vigésima) posição no País. Em 1991, foi indicado pelo então Governador do Estado para representar o Paraná em Seminário, com duração de trinta dias, a convite do Governo de Berlim, sobre as Tarefas da Administração Municipal no Âmbito da Proteção Ambiental, realizado em Berlim e Frankfurt.
Quanto à produção literária, desde muito jovem se dedicou, como diletante, a escrever crônicas sobre fatos e personagens citadinos ou artigos e comentários de caráter político ou sobre educação, publicados em jornais locais – n’O Comércio, onde chegou, no início da década de 1960 a manter uma coluna semanal e, também, no Caiçara – e, esporadicamente, n’A Notícia de Joinville e até na Gazeta Mercantil, nesse caso, sobre educação.
A partir de agora – atendendo ao que estabelece o lema da ALVI – pretende ampliar e metodizar a sua atividade de escriba.