


Cadeira 13 – Therezinha Thiel Moreira
Patrono: Germano Wagenfuhr
Nasceu em 1901, na localidade de Aquídaban, município de Blumenau, aos 27 dias do mês de março. Cedo ainda, o menino experimenta os reveses da vida, perdendo o pai aos dois anos de idade. Anos depois, com o matrimônio da viúva Dorotéia Wagenfuhr com o Sr. Jorge Schultz professor e agente dos correios na localidade de Aquídaban, o menino Germano encontra novo chefe. Com o padrasto, Germano inicia no mundo das letras. Passam rápidos os anos do curso primário e Germano, estimado por colegas e mestres conclui com brilhantismo, aos 11 anos de idade, o curso primário.
Na época era difícil encontrar-se no Estado escola para prosseguimento dos estudos. Assim, Germano Wagenfuhr desloca-se de Blumenau para Lages, a fim de começar o curso complementar, ao mesmo tempo em que trabalha com os irmãos mais velhos. Embora lhe custe sacrifícios, quer concluir os estudos. Em 1919, vence mais uma etapa em demanda de sua carreira: termina o curso complementar. Agora o moço estudante deixa Lages e se dirige a Florianópolis, onde já em 1921, é diplomado professor normalista, título que honra com raro brilho até os últimos dias de sua vida.
Inicia a carreira lecionando em Indaial. Em 1923, interrompe o magistério para prestar o serviço militar no 14º batalhão de Caçador, em Florianópolis. Volta em seguida ao magistério, agora na qualidade de diretor, do grupo escolar Orestes Guimarães, de São Bento Do Sul. Removido, exerce o mesmo cargo no Grupo escolar Felipe Schmidt de São Francisco Do Sul. Novamente a morte colhe um ente querido da família do professor Germano. Falece o padrasto Jorge Schultz e Germano toma seu cargo a chefia da família, passando a cuidar com desvelo da mãe.
Em 1929 contrai núpcias com a prendada Srta. Emma Urban, que se constitui em sua incansável companheira nos difíceis dias que se sucederam. Desse feliz matrimonio nasceram cinco filhos. Finalmente em 1932, nomeado inspetor escolar. Com exercício na cidade de Blumenau e no ano seguinte é removido para porto união, continuando aqui, com a mesma dedicação seu trabalho de assistir e de orientar o professorado primário. Passa também a lecionar na Escola Normal Santos Anjos.
Em 1957, finalmente, alcança o apogeu da sua carreira, quando é nomeado delegado de ensino desta cidade. Todos os seus, 42 anos de atividades didáticas. Germano, exerce com invulgar capacidade e dedicação.
Há que ressaltar ainda que nos decênios passados o inspetor encontrava pela sua frente à dificuldade das distancias. Assim, por muitos e muitos anos, viajava o mês todo de animal, em carroça ou a PE, permanecendo, via de regra, 3 a 4 dias do mês com a família, a fim de reiniciar nova viagem de inspeção. Outras vezes ficava até dois meses distantes dos seus. E nessa caminhada, percorre o estado todo, de leste a oeste, norte a sul. Faleceu no dia 02 de junho de 1974, no Hospital São Braz, na cidade de Porto União.
Professor Germano Wagenfuhr, ocupa o lugar de destaque na galeria dos maiores mestres catarinenses. Empresta seu nome a uma escola em Porto União. Por sua dedicação ao magistério é escolhido para ser patrono da cadeira de numero 13 da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. Homenagem que perpetuará seu nome na história de nosso povo.
1ª Ocupante: Therezinha Thiel Moreira
Nasceu em Uruguai ( Piratuba ) SC a 15 de abril de 1942, primeira filha de oito irmãos de Ary Marcondes Thiel e Modestina Thiel. Em 19 de fevereiro de 1966 casou-se com Leonidas Moreira com quem teve três filhos: Daniele Maria, Danilo Mário e Leandra Mara. Seus netos: Leonidas Francisco, Fernanda, Guilherme e Marina Renata são seus tesouros.
Cursou o 1º ano do curso primário na localidade onde nasceu e concluiu as demais séries no Grupo Escolar Balduíno Cardoso: Ginásio e Escola Normal no Colégio Santos Anjos, ambos em Porto União. Cursou Pedagogia na FAFI, concluído em 1974. Entre fevereiro de 1963 a julho de 1964 atuou, como professora, no Grupo Escolar Adolfo Konder em São Pascoal (Irineópolis); de julho de 64 a julho de 65, no Grupo Escolar João de Lara em Rondinha (Paula Freitas); em 64 como Escola Isolada e em 65 no novo prédio da escola.; de 1965 a agosto de 1983, ocupou os cargos de professora, supervisora, secretária e diretora na Escola Clementina Lona Costa ( União da Vitória ), sendo que esse último pelo período de 10 anos. Em 19178 foi convidada a ministrar aulas no Curso Normal no Colégio Túlio de França. Em 1983 (com ordem de serviço) deixou a Escola Clementina Lona Costa e assumiu a supervisão de Ensino e depois a Coordenação do Curso Normal, continuando a lecionar aulas extraordinárias. Em 1988 prestou concurso para a área de Fundamentos da Educação sendo aprovada em 1º lugar; assumiu o Novo padrão em fevereiro do ano seguinte e, em março do mesmo ano, pediu aposentadoria do 1º padrão. Durante vários anos, nessa nova etapa, respondeu pela Coordenação do Curso Normal/Magistério e continuou com aulas extraordinárias até a sua aposentadoria em 02/10/2009. Ausentou-se do Túlio de França no período letivo de 2000 quando assumiu a direção de 5ª à 8ª série na Escola do Rio Vermelho.
Apesar de não desejar a direção da escola viu-se obrigada ao ouvir da chefe do Núcleo de Educação ( Professora Rosicler Martiniuv o seguinte: “ Você ajudou a parir, ajude a criar”, porém o amor pela sala de aula falou mais alto e voltou ao Túlio de França. À ela coube a montagem do processo de (re)implantação do Curso Normal.
Além das marcas indeléveis deixadas no caráter de seus alunos, seu lema “Meu compromisso vai além de vocês, vai até seus futuros alunos”; outras ficaram na memória e no próprio colégio. Com a colaboração da Professora Anna Maria Bhüner (aposentada já há algum tempo).
Recuperou a melodia do Hino do Colégio, pois a partitura não foi encontrada, só a letra e, por mais de 40 anos, ficou esquecido. Dessa forma foi possível reescrever a música. Criou o lema do colégio: “Passado e presente projetando o futuro”. Com suas alunas retratou a figura e a literatura de Vinicius de Morais, Monteiro Lobato, Hans C. Andersen, Gória Kirinus e O Folclore Brasileiro. Cinco salas de aula pintadas que, por si só, são uma aula. Plantou sozinha, a cerca viva que rodeia o jardim do colégio com mudas doadas pela APAE de União da Vitória e organizou a galeria de troféus.
Entre 1996 e 2000, elaborou o projeto de implantação de 5ª á 8ª série na Colônia Rio Vermelho. Buscou neste período o apoio das autoridades para atingir seu intento; fotografou de diferentes pontos a Serra da Esperança para justificar o porquê da solicitação e na Câmara de Vereadores, fez uso da palavra por cinco minutos, pedindo apoio e justificando através da palavra e cópias de documentos legais. Nessa ocasião, teve a agradável surpresa ao ser chamada de Vossa Excelência”, pelo então vereador Dr. Zany Farah, justificando que, até aquela data,ninguém jamais havia feito uso do tempo de forma tão apropriada e convincente. A implantação aconteceu em fevereiro de 200 e hoje possui Ensino Médio.
Foi, por duas gestões, secretária da Federação Comunitária das Associações de Moradores de União da Vitória (FECOMUV) e da Associação de Moradores do Rio Vermelho (ASMORIVE), também por duas gestões. Solicitou junto a Secretaria de Meio Ambiente a dragagem do Rio Vermelho o que aconteceu em parte e de forma a não solucionar o problema dos alagamentos, o que prejudica drasticamente o acesso dos alunos à escola e a movimentação regular de seus moradores (até os dias de hoje).
Candidatou-se, por duas vezes, à vereadora. E, “por não ter dinheiro, nem dizer mentiras” não foi eleita. Indicada pela Professora Therezinha Leony Wolf, ingressou na ALVI ocupando a cadeira de número 13, em 12/2001, escolhendo para patrono o nome de seu antigo professor na Escola Normal Professor Germano Waghenfür. Durante sete anos foi Ministra da Eucaristia na Capela Nossa Senhora Aparecida no Rio Vermelho.
Da Câmara de Vereadores recebeu duas placas de bronze com os seguintes dizeres: “Ser mulher é acima de tudo reconhecida e valorizada pela sociedade em que vivemos”. Representante das Associações de Moradores. Poder Legislativo 08/03/99 e do Poder Legislativo de União da Vitória pelo Dia Internacional da Mulher, 08/03/2001:
“Sexo frágil que nada!
A mulher é força e coragem.
Mulher é amor, carinho,
Intuição, compreensão.
Tudo isso harmonizado
Na mais perfeita combinação"
Do Colégio Estadual Túlio de França duas placas em vidro. A primeira “Educação , competência e persistência marcam sua história no Túlio de França” recebida por ocasião da formatura da primeira turma do Curso Normal, em 12/2005 como forma de agradecimento pela sua luta pela volta do curso ao colégio.; a segunda por ocasião de sua aposentadoria; “ O Colégio Estadual Túlio de França agradece a dedicação altruísta da Professsora Therezinha Thiel Moreira para com o educandário e credita parte de suas conquistas e sucesso à nobre professora, que pautou sua carreira em prol da educação com competência e visão de futuro.15/10/09.
Mas, a homenagem que recebeu ao ter seu nome indicado para denominar uma coleção de livros de poesias, inspirado em um trabalho iniciado na Argentina em 2003, intitulado Eloisa Cartoneira, foi aquele com eu mais se identificou. A coleção Therezinha Cartonera, desenvolvida pelos alunos do Curso de Letras da FAFIUNESPAR, sob a coordenação do Professor Caio Ricardo Bona Moreira foi apresentado ao público em 29/05/13, quando das comemorações do 30º aniversário da ALVI. A coleção segue uma sequência numérica e a professora Therezinha Thiel Moreira, teve a honra de receber o livro de número 01.
Seus hobbies: ler, escrever, pintar, bordar... Adora fazer doces (geleias) e conservas. Agora, aposentada seu lema é “pintar e bordar”, literalmente. Em dezembro de 2012, lançou seu primeiro livro (artigos e poesias), a capa e ilustrações são fotos de suas telas em óleo.
Publicações:
MOREIRA, Therezinha Thiel. Espacinhos de amor. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu (ALVI), 2012.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Minha Procura. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 3, 2010.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Natureza. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 3, 2010.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Professor, quem é você? In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 3, 2010.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Cabocla Bonita. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 3, 2010.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Morte do poeta. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 4, 2011.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Nós e o filme. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 4, 2011.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Ser e não ter: “eis a questão!”. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 4, 2011.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Homenagem ao Colégio Santos Anjos. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 5, 2012.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Aposentadoria. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 5, 2012.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Canoinhas. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 5, 2012.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Eu... União da Vitória. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 5, 2012.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Reflexões. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 5, 2012.
MOREIRA, Therezinha Thiel. Acreditar é preciso. In: Revista da Academia de Letras do Vale do Iguaçu. União da Vitória: Academia de Letras do Vale do Iguaçu, n. 5, 2012.